Descrição enviada pela equipe de projeto. No atual processo de expansão das cidades, o que realmente importa não é constituído pelos recursos financeiros, tampouco a materialidade define seu caráter e ainda menos algum tipo de estilo ou forma. Hoje, o essencial reside no lugar. Viver na cidade, significa acesso à infraestrutura, água potável, transporte, espaço público, alimento, educação e cultura, o que possibilita ao ser urbano em converter-se em humano.
Inscrito neste raciocínio, absolutamente urgente, contemporâneo e universal, este pequeno projeto recria temas como a densidade, o espaço público, a melhor utilização de energia e como estes elementos contribuem na geração de uma nova identidade. Assim, Assunção pode (e deve) reconverter-se em qualquer cidade do planeta e estabelecer parâmetros mínimos de habitabilidade.
Com recursos financeiros escassos reordenamos a ordem de custos de construção tradicional, e a partir de uma análise rigorosa, identificamos que onde se gasta a menor quantidade de energia é no suporte (estrutura), ele é recoberto posteriormente com terminações, materiais caros, mas reconhecidos socialmente como símbolo de status cujo resultado é uma completa distorção entre o esqueleto e o preenchimento.
Isto desarma o conceito de integridade, empobrece o autêntico assim como ao espaço. Investir conceitos significa também transgredir, gerar retorno. Desta forma...o que suporta, realmente estrutura, libera e é espaço, se converte em forma que é reconhecida na diferença, portanto gera uma imagem clara e franca, sobretudo autêntica.
Um resultado carregado de dignidade, apresenta os materiais em seu processo específico de uso e trabalho. Assim, o conceito de Heidegger, habita-se, é reconhecido e pertence ao espaço, tem-se acesso ao melhor resultado que lhe concede o atuar contemporâneo da razão referente ao conceito da habitação familiar.
Após alguns comentários jornalísticos...em um terreno de 10 x 30, 3 habitações unifamiliares cada uma definida da seguinte maneira, um semi-nível, um pavimento térreo, um terraço, uma área íntima e uma expansão em terraço na escala urbana. 190 m² construídos, luz exagerada, ar, vistas, relação absoluta com o horizonte e com a cidade. Usuários satisfeitos, em espaços típicos paraguaios.